O teatro de bonecos tem um papel significativo na história das civilizações. Ele está especialmente ligado aos primitivos cultos animistas, os quais consideram que tudo no Universo é portador de alma e, por extensão, de sentimentos, desejos e até mesmo de Inteligência. Assim, determinados objetos eram considerados sagrados, entre eles as máscaras e os fantoches.
Este instrumento teatral conferia aos seres que os utilizavam poderes mágicos, caracterizando-os como personas intermediárias entre os povos primitivos e seus deuses. As pessoas conferiam tal sacralidade ao fantoche que ele realmente parecia sustentá-las espiritualmente.
Ao se tornar portador do fantoche, o personagem adquiria poderes que o convertia em um profeta, um ser sagrado, um exorcista. Portanto, somente um iniciado nos conhecimentos sacros poderia usar suas mãos para dar vida ao fantoche, em uma cerimônia especialmente preparada para essa encenação.

Na era clássica os fantoches estavam dispostos principalmente dentro dos templos; eram bonecos de grande porte conduzidos igualmente durante as procissões de iniciação. Eles se desenvolvem particularmente a partir do século VII, com a adoção de estátuas semelhantes ao Homem. Estes fantoches que imitam as feições humanas são então escolhidos cada vez mais para estes eventos religiosos, assumindo um estilo que ainda hoje marca as representações do teatro de fantoches.
Como esta modalidade lembrava demais os antigos ritos animistas, a Igreja começou a proibir as encenações dentro dos templos. Esta atitude deu origem aos teatros itinerantes, os quais reduziram o porte de forma a poder circular aqui e ali com suas representações, especialmente pelas ruas e em festas empreendidas no interior dos palácios.

Seguindo a evolução histórica, os fantoches foram se transmutando conforme as necessidades de cada época, não se atendo jamais ao passado. Assim, eles estão sempre em metamorfose, constantemente assumindo novas formas. Esta modalidade teatral preserva sempre, porém, seu caráter ambulante, ao encenar seus espetáculos não só nos teatros convencionais, mas também nas ruas, nas praias, nos espaços ao ar livre diante das Igrejas.

O boneco, ser inanimado por princípio, no palco toma outras dimensões: voa contrariando as leis da física, assume as posturas mais extravagantes, mas não perde o caráter de familiaridade. Isto é, nos identificamos com eles.

Nas mãos de um educador hábil o boneco é um instrumento de grande valor. Nem sempre a palavra é mais importante: os gestos e trejeitos do boneco transmitem informações ao espectador que o leva a interpretação e identificação imediata da mensagem. Sua eficácia é muito importante tanto para crianças como para os adultos.

TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO:
Robótica - manipulação com uso da tecnologia.
Bonecos habitáveis - o boneco é vestido pelo manipulador.
Associação de gatilho – boneco é acionado à distância com técnica de vara de origem chinesa. Utiliza-se colete, o que permite ao ator trabalhar com bonecos maiores, mas com mãos livres para utilizar manetes e vara.
Luva-mamulengo - a luva é uma dos tipos da manipulação direta, ou seja, o artista está diretamente ligado ao boneco. A palavra "mamulengo" é uma referência a um folguedo de Pernambuco.
Objetos - incorporação de elementos para construção da narativa.